Se fosse menos só, não seria um adeus.
Tristeza é me despedir de tudo o que eu queria viver.
Abandono é quando o olhar já não vê.
Como pode tanta dor concentrada numa gota de silêncio?
Se eu escoasse tudo o que sou, ainda assim restaria um olhar:
o que me deste.
O piano toca a minha fuga em dó.
Quando quero te alcançar, me agarro naquele fiapo de luz que mandaste.
Pela bela coluna esculpida de sonhos, escorro até embaixo;
no chão, resto tua, ausência.
A gente descobre que é infinito quando sente aquela dor;
aquela feito esgrima entrando no peito sem fim. É um uivo que não termina.
Uma isca que fisga a alma de dentro pra fora; ela fica tão vulnerável exposta,
virada do avesso, que implora por um átimo de sumiço.
Por que a tristeza de um amor é uma dor tão bela?
Disseram "não se perde o que nunca se teve". E eu cheguei a
acreditar nisso...
Todos interligados na nuvem, todos tão conectados; todos tão imersos em si mesmos... trocando solidão.
Se um dia eu perder o bom senso, talvez eu descubra o que é viver de verdade. Se um dia eu perder o juízo, talvez seja mais leve
sobreviver na insensatez. Se um dia eu perder a paixão, tentem me manter
por aparelhos. Mas se um dia eu perder a fantasia...
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