domingo, 15 de janeiro de 2012

Fragmentos 14



Se fosse menos só, não seria um adeus.

Tristeza é me despedir de tudo o que eu queria viver.

Abandono é quando o olhar já não vê.

Como pode tanta dor concentrada numa gota de silêncio?

Se eu escoasse tudo o que sou, ainda assim restaria um olhar: o que me deste.

O piano toca a minha fuga em dó.

Quando quero te alcançar, me agarro naquele fiapo de luz que mandaste.

Pela bela coluna esculpida de sonhos, escorro até embaixo; no chão, resto tua, ausência.

A gente descobre que é infinito quando sente aquela dor; aquela feito esgrima entrando no peito sem fim. É um uivo que não termina. Uma isca que fisga a alma de dentro pra fora; ela fica tão vulnerável exposta, virada do avesso, que implora por um átimo de sumiço.

Por que a tristeza de um amor é uma dor tão bela?

Disseram "não se perde o que nunca se teve". E eu cheguei a acreditar nisso...

Todos interligados na nuvem, todos tão conectados; todos tão imersos em si mesmos... trocando solidão.

Se um dia eu perder o bom senso, talvez eu descubra o que é viver de verdade. Se um dia eu perder o juízo, talvez seja mais leve sobreviver na insensatez. Se um dia eu perder a paixão, tentem me manter por aparelhos. Mas se um dia eu perder a fantasia...

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