domingo, 29 de julho de 2012

Trégua

Quando o olhar atinge o alvo,
melhor não ver?
Quando o menor ruído assusta o mundo,
melhor calar?
Quando o mais discreto gesto perturba o sono,
melhor parar?
Quando o longínquo aceno rouba a cena,
melhor sumir?

Melhor ouvir
o coração calado em prece
Melhor sentir
a lâmina que corta a noite
Melhor deixar
o tempo tomar seu rumo
Melhor saber
a hora de baixar as velas

E esperar.

Às vezes, ceder é tomar fôlego
às vezes, é preciso ficar à deriva
às vezes, lutar é desatino
Às vezes...
mas, só às vezes,
é melhor fazer de conta
que a gente deixa pra lá

quinta-feira, 26 de julho de 2012


A vida tem passagens secretas.
Descobri quando, 
atrás da tua máscara, 
encontrei meu rosto...


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Insone



Cabeça no travesseiro: inútil
o sono ignora os olhos cansados
contagem regressiva pro infinito
vazio rasgado por escombros

Hora que não passa: pesadelo
hora de lembrar o que o dia não deixa
hora de esquecer o que a noite desperta
hora de rezar pra que o mundo acabe

Mas a vigília não desiste: insiste
O relógio rege o metrônomo austero
como a aporia que martela a ideia
como a tua imagem que não perdoa...

terça-feira, 24 de julho de 2012

"Eu não sentia nada. Só uma transformação pesável. 
Muita coisa importante falta nome." (Guimarães Rosa)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Passo a noite te procurando em meus rascunhos,
mas sempre apareces no verso ainda não escrito...

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Clinâmen

Retirado da Página La Bioguia

Não existe nada mais casual que a ordem natural.
Somos livres porque somos esse formidável acaso...

terça-feira, 17 de julho de 2012


Olho pela janela 
neblina 
Leio os lábios do vento 
segredo 
Tenho um pressentimento 
sorrio 
Não durmo contando os minutos 
minha sina

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Obra de Pino Daeni




Saudade 
acervo de esperas 

O vento leva o cheiro 
e traz o anseio 

A noite pede o aconchego 
que não veio 

O tempo para no sonho 
pra tomar fôlego 

Mergulha no esquecimento 
pra voltar límpido à tona 
(sem nenhum remorso 
por ser ingênuo) 

Na aurora 
silêncio 

As águas na superfície 
estão calmas 

Mas submerso 
o amor 
espera o tempo


domingo, 8 de julho de 2012

São palavras soltas que nos amarram à existência; são elas que nos permitem, logo em seguida, mudar de ideia, de planos, de sonhos. Somente soltas, nos libertam de nós mesmos.
Toque


Basta um toque teu 
e explodo em purpurina...

sábado, 7 de julho de 2012

"Il tempo è la cosa più importante: esso è un semplice pseudonimo della vita stessa." (Antonio Gramsci)


sexta-feira, 6 de julho de 2012

Tua aparição é como uma estrela cadente.
Quando surge, faço um pedido: fica!
Quando vai, faço outro: volta...

quinta-feira, 5 de julho de 2012



Lo scrittore è solo il medium tra l'universo e le parole.


L'amore è solo il medium tra me e te.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

domingo, 1 de julho de 2012

Per amore (con Zizi Possi)


Io conosco la tua strada
ogni passo che farai
Le tue ansie chiuse e i vuoti
sassi che allontanerai

Senza mai pensare che
come roccia 

io ritorno in te...

Io conosco i tuoi respiri
tutto quello che non vuoi
Lo sai bene che non vivi
riconoscerlo non puoi

E sarebbe come se
questo cielo in fiamme
ricadesse in me,
come scena su un attore...

Per amore,
hai mai fatto niente
solo per amore?
Hai sfidato il vento e urlato mai?
Diviso il cuore stesso
pagato e riscomesso
dietro questa mania
che resta solo mia?

Per amore,
hai mai corso senza fiato?
Per amore,
perso e ricominciato?
E devi dirlo adesso
quanto di te ci hai messo
Quanto hai creduto tu
in questa bugia

E sarebbe come se
questo fiume in piena
risalisse a me,
come china al suo pittore...

Per amore,
hai mai speso tutto quanto la ragione?
Il tuo orgoglio fino al pianto?
Lo sai sta sera resto,
non ho nessun pretesto
Soltanto una mania
che resta forte e mia
dentro quest'anima che strappi via...

E te le dico adesso,
sincero con me stesso,
quanto mi costa non saperti mia...

E sarebbe come se
tutto questo mare
annegasse in me...
Che io non perda mai la voglia di amare
che questo è l’ultimo respiro che resta
l’ultimo canto del cuore
l’unico rimpianto che vale la pena
"Eu acredito naquilo que me vê." (Nei Duclós)
"Uma página em branco é a virgindade mais desamparada que existe." (Mário Quintana)