segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Meia-noite.
O calendário vira mais uma página.
O universo segue seu curso sem se dar conta.
A humanidade fecha os olhos por um segundo, à espera de um milagre.
Eu não acreditaria em nada, se não sentisse um beijo em minh'alma...

domingo, 30 de dezembro de 2012

A porta



Fechada para balanço, olho para aquela porta que só vemos quando fechamos os olhos. Está cheia de pó. Faz muito tempo que não me visito. Fico ali, diante dela, indecisa quanto a abri-la; a decisão oscila entre a curiosidade e o medo. Não me lembro de quando foi a última vez que a abri... anos talvez? Mas o tempo da alma não está atrelado ao calendário e, portanto, sinto que faz algumas eternidades.
A curiosidade vence o medo e estendo a mão para a maçaneta; giro-a lentamente. A porta não se solta, está emperrada. Sei que para abri-la devo reunir todas as minhas forças e destravá-la junto com a minha mandíbula ao som de ranger de dentes. O que terei feito de mim?
A abertura é excruciante, o processo dói nas entranhas, nos ossos; lembro-me de que a dor é sempre um parto: ao final, sente-se o alívio, uma espécie de libertação pela missão cumprida. Então, evoco a deusa imaginária que me habita, respiro fundo e me puxo para fora. Entrar em mim é fazer com que eu saia. É provocar um novo big bang na minha história. É começar a chacoalhar meu esqueleto para espanar as suas teias. É recontar os fatos sob o novo prisma, o desta mulher que desconheço.
Imagens em flashes me ajudam a resgatar raízes. Algumas, podres, precisam ser podadas; outras, vigorosas, transmutam meu gene. Olho, maravilhada, para a transformação e, ao mesmo tempo, sinto pena da mulher que devo deixar morrer. Na verdade, da mulher que devo matar: suas raízes velhas obstruem caminhos, enroscam nos nervos, pesam nos ombros. É verdade que sem ela, eu nada seria. Também é verdade que ela sempre fará parte de mim, mas em miasmas... como todos os outros que me nutrem, miasmas do mundo, fantasmas de histórias que precisam ser relidas, reinventadas, renascidas.
Todo nascimento é uma morte. É a constante negação do mundo e, por isso mesmo, a chance de sua perpetuação (ahhh... filosofia!). É a abertura de uma porta para o desconhecido. É a ousadia de se atirar para a vida que virá a seguir. O pior apego que temos é aquele que sentimos por nós mesmos. Só posso sentir saudade daquilo que não vigora... 
Já que é assim, escancaro a porta! Liberto meus fantasmas, meus miasmas, para que sirvam de adubo à substância amorfa do mundo. Brado a minha vitória! Esvazio meus porões para finalmente sentir saudade de mim...  

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Mi sorprendi facendo quello che sarebbe normale,
come se ogni piccolo gesto non fosse tutto.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Meia-noite
Amores proibidos saem de mãos dadas
Só podem ser vistos pelo brilho da Lua
Que surge em cada íris
Nua

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Pra sempre é um estado de espírito que, como tudo, passa. 
Passa a ser outro estado de espírito que pode ser... 
pra sempre...