sábado, 7 de janeiro de 2012

Bomba-relógio

(Nei Duclós)


O tempo é a preguiça do homem
a visão de um bocejo
a faísca, uma foice

Cruzamos a treva de olhar sonâmbulo
tomando o pulso
do ciclone

Emergimos na margem oposta
com as mãos pingando sangue

O tempo é a palavra coração

(do livro No mar, veremos, 2001)

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