sexta-feira, 29 de julho de 2016

Cansaço

Não sei quando chegou este tempo...
Há um cansaço
Inesgotável
Quinquilharias de toda espécie me solicitam
É com profundo esforço que, para atendê-las, me arrasto

Estranho a insistência do dia
Em eclodir-se intempestivamente
De novo e de novo e de novo
O verde que morre e brota
O pássaro que anuncia o sol
Tudo tão efêmero
Tão real

Impassível apenas esta exaustão
A cada dia, uma queda de braço
Tenho vencido
Tenho morrido

Maravilhoso e eterno mistério
A mesma vida que faz bailar as estrelas
Pulsa neste capim
E eu?
Rebelo-me contra moinhos de vento
Que me roubam a única verdade
Estes minutos – estes aqui – e nada mais