quinta-feira, 8 de março de 2012

Vênus às avessas

Vênus de Botticelli
Não  sou a menina que te faz perder o juízo;
sou a chance que tens de escapar do teu destino.
Nem a beldade com quem sonhas acordado;
o que sou, na verdade, nem sonhas.

Também não sou a "santa" que te pôs no mundo;
bendita sou eu que te carrego bruto.
Nem a gueixa pra que te deleites;
e sim a chama que te despe a alma.

Não sou a princesa que acalentas;
sou a amazona que te atravessa o tino.
Nem a escrava que te beija os pés;
mas tua lágrima vertida em flor.

Não sou a rainha por quem morrerias;
te salvo por um triz da tua vida exangue.
Muito menos a deusa que tu adoras;
mas guerreira à espreita pra quem pedes arrego.

Não sou sex symbol, nem boneca de luxo;
te desejo pelo cheiro e pelo pulso.
Não adianta, não sou nada do que esperas:
só a surpresa no fim da festa.

A mulher que pediste a Deus? Não...
tu não merecerias tamanho castigo.


Enfim, pra ficar bem claro:


Não sou a dita, nem a pantera
não sou a outra, nem a patroa
nem mignon, nem bonitinha
nem linda, nem gostosinha

Não sou a dona da pensão, nem cortesã de mensalão
não sou matrona austera, nem companheira eterna
nem femme fatale, nem galinha pro teu bico
nem Angelina, nem Amélia, nem Pagu, nem mulher à toa

Sou só mulher e sou das boas.

Sou só assim...
e se me amas...

sou tua.

4 comentários:

  1. http://poemaqueaflora.blogspot.com/2012/03/eu-de-tal.html


    estás nesta que eu fiz.....influências dos desmandos das vênus às avessas no poema que A-Flora!! bjs!

    ResponderExcluir