domingo, 28 de dezembro de 2014

Depois dos 50...

Enfim, em vez de fazer contas, é melhor procurar acertá-las. Não se trata de uma corrida contra o tempo: ele está a favor e me leva de vento em popa. Busco silêncios, fontes inesgotáveis. De repente, a maioria das “coisas importantes” não passa de um tipo de purpurina flutuante que enfeitava a minha convicção pueril. Hoje lido tranquilamente com desconfortáveis e estimulantes incertezas. Hoje: portanto, não sombras, mas adubo; não fantasias, mas perspectivas. Descobri o caminho para alcançar grandes conquistas. Diante da imensa montanha, siga o curso... a trilha das formigas: sabedoria oculta há milhões de anos. No espelho, a alma despida. A maquiagem pesa. De cara limpa, o olhar vai além. Tudo o que tenho comigo para seguir adiante é uma certeza que transborda pelos olhos: fé. Não esperança, mas uma estranha fé. Em mim mesma? Em Deus? Não. No tempo. Então, curo feridas e planto sementes cuja colheita nem sempre será minha: estou aprendendo a amar. Sorvo o dia. Tinham razão as palavras mais que batidas. Abandonei a eterna busca pela felicidade em pensamentos extenuantes e complexos. É mesmo inútil. Finalmente, dou-me conta de que ela me arrebata em inusitados e singelos momentos... como aquele em que velo o sono do meu amor...

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