Clio
Francesca Tricarico
Me tolhe do meu sonho sem aviso
diante do seu poder, me rendo
silencioso em mim se infiltra inexorável
em torrente caudalosa
de homem
de verbo
de gana
de sede
de mundo
percorre minhas veias em lavas sórdidas
me sorve, me devora, possuído
Toma meu rumo, minha fala, minha agonia
não sossega se não arranca o último grito
não se sacia se não esgota todo o sumo
de mulher
de terra
de canto
de gozo
de fundo
exaurida, perco o passo
perco o verso
ganho tudo
Alucinada pelo torpor que me mistura
entre tons audaciosos e sublimes
em rodopios arrastada por seu ímpeto
resta apenas o desejo da catarse:
ser sua palavra
diante do seu poder, me rendo
silencioso em mim se infiltra inexorável
em torrente caudalosa
de homem
de verbo
de gana
de sede
de mundo
percorre minhas veias em lavas sórdidas
me sorve, me devora, possuído
Toma meu rumo, minha fala, minha agonia
não sossega se não arranca o último grito
não se sacia se não esgota todo o sumo
de mulher
de terra
de canto
de gozo
de fundo
exaurida, perco o passo
perco o verso
ganho tudo
Alucinada pelo torpor que me mistura
entre tons audaciosos e sublimes
em rodopios arrastada por seu ímpeto
resta apenas o desejo da catarse:
ser sua palavra
sua carne
seu expurgo
Desesperada por não sair do seu domínio
me deposita lentamente no meu tempo
impregnada do seu ser fogo e vento
tudo aquilo que incorpora e não diz
Sinto dentro
o que rouba o fiato, a fala
excesso que desatina
Desesperada por não sair do seu domínio
me deposita lentamente no meu tempo
impregnada do seu ser fogo e vento
tudo aquilo que incorpora e não diz
Sinto dentro
o que rouba o fiato, a fala
excesso que desatina
o que não está na palavra... ainda...
Medo.
(in Nosside 2012 - Antologia del XXVIII Premio Mondiale di Poesia)
(in Nosside 2012 - Antologia del XXVIII Premio Mondiale di Poesia)
Este poema foi premiado com uma menção particular pelo Premio Nosside Edizione XXVIII, sendo publicado em sua Antologia do ano de 2012.
ResponderExcluir